domingo, 25 de outubro de 2015

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 178

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.


A oitava questão que vou tratar é a questão 178.


Enunciado

Um estudante está pesquisando o desenvolvimento de certo tipo de bactéria. Para essa pesquisa, ele utiliza uma estufa para armazenar as bactérias. A temperatura no interior dessa estufa, em graus Celsius, é dada pela expressão T(h) = -h² + 22h - 85, em que h representa as horas do dia. Sabe-se que o número de bactérias é o maior possível quando a estufa atinge sua temperatura máxima e, nesse 
momento, ele deve retirá-las da estufa. A tabela associa intervalos de temperatura, em graus Celsius, com as classificações: muito baixa, baixa, média, alta e muito alta.

Quando o estudante obtém o maior número possível de bactérias, a temperatura no interior da estufa está classificada como:

Alternativas
a) muito baixa
b) baixa
c) média
d) alta
e) muito alta

Desenvolvimento

A equação da temperatura em função das horas do dia é uma equação de segundo grau e, portanto, uma parábola. A equação dessa parábola possui os coeficiente a = -1, b = 22 e c = -85. O fato do coeficiente "a" ser negativo indica que a parábola possui concavidade voltada para baixo e, portanto, possui um valor máximo.

É útil lembrar que o valor máximo da parábola ocorrerá em h = -b / 2a. Substituindo "a" e "b" pelo valor dos coeficientes, verificamos que o máximo ocorre em:
h = -(-22) / (2*(-1))
h = 22/2
h = 11 horas.

Substituindo h = 11 na equação de T(h) obtemos T = 36,0 °C, que é a temperatura máxima da estufa. Isso corresponde a uma temperatura alta segundo a tabela.

É isso nesse post. Encontrou algum erro? Tem alguma sugestão ou crítica? Por favor, deixe um comentário! Assim que eu tiver tempo (o que deve ocorrer nos finais de semana) eu leio!

Abraço a todos e até mais.

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 174

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.

A sétima questão que vou tratar é a questão 174.





Enunciado


Uma carga de 100 contêineres, idênticos ao modelo apresentado na Figura 1, deverá ser descarregada no porto de uma cidade. Para isso, uma área retangular de 10 m por 32 m foi cedida para o empilhamento desses contêineres (Figura 2).

De acordo com as normas desse porto, os contêineres deverão ser empilhados de forma a não sobrarem espaços nem ultrapassarem a área delimitada.

Após o empilhamento total da carga e atendendo à norma do porto, a altura mínima a ser atingida por essa pilha de contêineres é:

Alternativas
a) 12,5 m
b) 17,5 m
c) 25,0 m
d) 22,5 m
e) 32,5 m

Desenvolvimento


Perceba que nos 10 m de largura da área delimitada conseguimos colocar 4 contêineres, já que os mesmos tem largura de 2,5 m (10 / 2,5 = 4). No comprimento conseguimos colocar 5 contêineres, já que 32 / 6,4 = 5. Portanto conseguimos colocar 5 * 4 = 20 contêineres no espaço delimitado. Para alocar todos os 100 contêineres precisamos fazer 5 camadas, já que 5 * 20 = 100. A altura das 5 camadas é de 12,5 m (já que 5 * 2,5 = 12,5 m).

Outras orientações de contêineres não são possíveis por não preencher completamente o espaço delimitado.

É isso nesse post. Encontrou algum erro? Tem alguma sugestão ou crítica? Por favor, deixe um comentário! Assim que eu tiver tempo (o que deve ocorrer nos finais de semana) eu leio!

Abraço a todos!

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 167

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.

A sexta questão que vou tratar é a questão 167.



Enunciado

A expressão "Fórmula de Young" é utilizada para calcular a dose infantil de um medicamento, dada a dose do adulto:

Uma enfermeira deve administrar um medicamento X a uma criança inconsciente, cuja dosagem de adulto é 60 mg. A enfermeira não consegue descobrir onde está registrada a idade da criança no prontuário, mas identifica que, algumas horas antes, foi administrada a ela uma dose de 14 mg de um medicamento Y, cuja dosagem de adulto é 42 mg. Sabe-se que a dose da medicação Y administrada a criança estava correta.

Então, a enfermeira deverá ministrar uma dosagem do medicamento X, em miligramas, igual a:

Alternativas
a) 15
b) 20
c) 30
d) 36
e) 40

Desenvolvimento

A primeira coisa que pensei ao ler a questão foi se a fórmula de Young era em homenagem a uma pessoa ou se era devido ao fato de calcular a dose para crianças.

Mas voltando à questão, a primeira coisa que devemos fazer é determinar a idade da criança a partir da dosagem anterior. Colocando as informações na equação, chegamos a:

14 = 42 * ( (Idade) / (Idade + 12) )

Multiplicando ambos os lados pelo denominador da parcela à esquerda, chegamos a:

14 * Idade + 168 = 42 * Idade

Isolando a idade chegamos a 6 anos.

Colocando a idade e as informações do medicamento X na equação chegamos a:

dose de criança = 60 * ( (6) / (6 + 12) ) = 60 * 6 / 18 = 20 mg

Portanto a dose infantil do medicamento X é 20 mg.

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Abraço a todos!

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 166

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.

A quinta questão que vou tratar é a questão 166.



Enunciado

As exportações de soja do Brasil totalizaram 4,129 milhões de toneladas no mês de julho de 2012, e registraram um aumento em relação ao mês de julho de 2011, embora tenha havido uma baixa em relação ao mês de maio de 2012.

A quantidade em quilograma, de soja exportada pelo Brasil no mês de julho de 2012 foi de:

Alternativas
a) 4,129 x 10^3
b) 4,129 x 10^6
c) 4,129 x 10^9
d) 4,129 x 10^12
e) 4,129 x 10^15

Desenvolvimento

É uma questão simples mas pode confundir. Ao converter o número do enunciado para notação científica obtemos 4,129x10^6 toneladas. Mas as alternativas são referentes a quilogramas. Como cada tonelada equivale a 1000 kg, precisamos multiplicar o número do enunciado por 1000, tornando o 4,129x10^6 toneladas em 4,129x10^9 quilogramas, que é a resposta da questão.

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Abraço a todos!

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 153

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.

A quarta questão que vou tratar é a questão 153.


Enunciado

O gerente de um cinema fornece anualmente ingressos gratuitos para escolas. Este ano serão distribuídos 400 ingressos para uma sessão vespertina e 320 ingressos para uma sessão noturna de um mesmo filme. Várias escolas podem ser escolhidas para receberem ingressos. Há alguns critérios para a distribuição dos ingressos:

1) cada escola deverá receber ingressos para uma única sessão;
2) todas as escolas contempladas deverão receber o mesmo número de ingressos;
3) não haverá sobra de ingressos (ou seja, todos os ingressos serão distribuídos).

O número mínimo de escolas que podem ser escolhidas para obter ingressos, segundo os critérios estabelecidos, é:

Alternativas
a) 2
b) 4
c) 9
d) 40
e) 80

Desenvolvimento

No enunciado é questionado o número mínimo de escolas que podem ser escolhidas para obter ingressos. Para escolher o mínimo de escolas devemos dar o máximo de ingressos possíveis para cada escola. Mas devemos atentar para os três critérios do enunciado.

O critério 1 diz que "cada escola deverá receber ingressos para uma única sessão". Isso significa devemos dividir os 400 ingressos da sessão vespertina entre um conjunto de escolas e os 320 da sessão noturna entre outro conjunto de escolas.

O critério 2 diz que "todas as escolas contempladas deverão receber o mesmo número de ingressos". Isso significa que ao dividir os 400 ingressos da sessão vespertina devemos chegar a lotes de tamanho igual a divisão dos 320 ingressos da sessão noturna.

O critério 3 diz que "não haverá sobra de ingressos", ou seja, a divisão dos 400 ingressos e dos 320 ingressos será exata, não deixando resto.

Se fizermos a fração entre os ingressos vespertinos e noturnos, veremos que 400 / 320 = 5 / 4. Ou seja, existe 5 partes de ingressos vespertinos e 4 partes de ingressos noturnos, o que totaliza 9 partes e nos dá a resposta, mas vamos conferir.

Perceba que ao dividir 400 por 5 chegamos a 80 ingressos. Se dividirmos 320 por 4 chegamos aos mesmos 80 ingressos. Assim atendemos ao critério 3.

Verifique que cada lote tem a mesma quantidade de 80 ingressos. Assim atendemos o critério 2.

Por fim, atente ao fato que os 400 ingressos foram dividindo entre si, não se misturando com os outros 320. Com isso garantimos que nenhuma escola receba parte dos ingressos de uma sessão e parte da outra, garantindo o critério 1.

Essa divisão em lotes de 80 ingressos faz com que o total de 720 ingressos seja dividida em 9 partes. Não há número maior que 80 que faça divisão sem restos entre 400 e 320, ou seja, 80 é o máximo divisor comum.

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Abraço a todos!

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 149

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.


A terceira questão que vou tratar é a questão 149.




Enunciado

Devido ao aumento do fluxo de passageiros, uma empresa de transporte coletivo urbano está fazendo estudos para a implantação de um novo ponto de parada em uma determinada rota. A figura mostra o percurso, indicado pelas setas, realizado por um ônibus nessa rota e a localização de dois de seus atuais pontos de parada, representados por P e Q.

Os estudos indicam que o novo ponto T deverá ser instalado, nesse percurso, entre as paradas já existentes P e Q, de modo que as distâncias percorridas pelo ônibus entre os pontos P e T e entre os pontos T e Q sejam iguais.

De acordo com os dados, as coordenadas do novo ponto de parada são:

Alternativas
a) (290 ; 20)
b) (410, 0)
c) (410 ; 20)
d) (440 ; 0)
e) (440 ; 20)

Desenvolvimento

Se a distância entre as paradas existentes e a nova parada a ser acrescentada são iguais, isso significa que devemos posicionar a nova parada exatamente na metade da distância entre as paradas atuais. Mas qual é essa distância? Até o fim da rua horizontal temos 550 - 30 = 520 metros (vou assumir que a unidade seja metros para uma questão de entendimento). Na rua vertical temos uma distância de 320 - 20 = 300 metros. Assim a distância total entre as paradas atuais é 520 + 300 = 820 metros.

Metade da distância entre as paradas atuais é 820 / 2 = 410 metros. Perceba que partindo do ponto P (30 ; 20) e andando 410 metros vamos acabar no ponto (440 ; 20), pois ainda não atingimos a rua vertical.

Portanto, a parada deve ser colocada em T = (440 ; 20).

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Abraço a todos!

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 144

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.



A segunda questão que vou tratar é a questão 144.




Enunciado


Uma família composta por sete pessoas adultas, após decidir o itinerário de sua viagem, consultou o site de uma empresa aérea e constatou que o voo para a data escolhida estava quase lotado. Na figura, disponibilizada pelo site, as poltronas ocupadas estão marcadas com X e as únicas poltronas disponíveis são as mostradas em branco.

O número de formas distintas de se acomodar a família nesse voo é calculado por:


Alternativas
a) 9! / 2!
b) 9! / (7! * 2!)
c) 7!
d) (5! / 2!) * 4!
e) (5! / 4!) * (4! / 3!)


Desenvolvimento


Essa questão é facilmente resolvida por alguém que saiba a equação que calcula o número de combinações em um conjunto. Mas, mesmo para quem não sabe essa equação, é possível obter o resultado com um desenvolvimento das combinações possíveis.

Talvez não esteja claro na imagem acima, mas há 9 locais vagos para as 7 pessoas da família. Assim sendo, para a primeira pessoa há 9 possibilidades de assentos. Para a segunda pessoa restaram 8 possibilidades. Para a terceira pessoas sobraram 7 possibilidades. Esse raciocínio segue até a sétima pessoa, para a qual restará 3 possibilidades. Ao acomodar toda a família ainda restarão 2 lugares vagos, já que tínhamos 9 assentos para 7 pessoas.

Calculando o produto das possibilidades chegaremos ao seguinte número de permutações:

Número de Permutações = 9*8*7*6*5*4*3

Vamos lembrar que 9! é igual a:

9! = 9*8*7*6*5*4*3*2*1

Para "transformar" esse 9! na quantidade de possibilidades que encontramos, precisamos eliminar o 2 e o 1 (eliminamos o 1 é só para evidenciar o padrão utilizado, já que ele não faz nada no produto). Para eliminar esses termos precisamos dividir 9! por 2*1. Mas 2*1 é igual a 2!. Assim:

9! / 2! = (9*8*7*6*5*4*3*2*1) / (2*1) = 9*8*7*6*5*4*3 = Número de Permutações

É isso nesse post. Encontrou algum erro? Tem alguma sugestão ou crítica? Por favor, deixe um comentário! Assim que eu tiver tempo (o que deve ocorrer nos finais de semana) eu leio!

Abraço a todos!

Exercício Resolvido ENEM 2015: Caderno 6 Cinza, Matemática, Questão 136

Olá a todos. Vou fazer uma série de posts das questões do ENEM. Mais especificamente algumas questões de matemática do caderno cinza (caderno 6). A escolha desses exercícios foi feita a partir de questionamentos do meu amigo que emprestou-me a prova.

A primeira questão que vou tratar é a questão 136.


Enunciado

No contexto da matemática recreativa, utilizando diversos materiais didáticos para motivar seus alunos, uma professora  organizou um jogo com um tipo de baralho modificado. No início do jogo, vira-se uma carta do baralho na mesa e cada jogador recebe em mãos nove cartas. Deseja-se formar pares de cartas, sendo a primeira carta a da mesa e a segunda, uma carta na mão do jogador, que tenha um valor equivalente àquele descrito na carta da mesa. O objetivo do jogo é verificar qual jogador consegue o maior número de pares. Iniciado o jogo, a carta virada na mesa e as cartas da mão de um jogador são como no esquema.

Alternativas
a) 9
b) 7
c) 5
d) 4
e) 3

Desenvolvimento

Essa questão exige conhecimento nas várias formas de representar um número. Quais formas são essas? Formas de fração, forma decimal e porcentagem.
A carta da mesa exibe a fração 6/8. Essa fração pode ser simplificada para 3/4 dividindo-se o numerador e o denominador por 2. Representando na forma decimal, a fração 3/4 é 0,75 que, na forma de porcentagem, equivale a 75%.
Portanto, das cartas da mão, as que possuem valor equivalente a carta da mesa são 3/4, 75% e 0,75.

É isso nesse post. Encontrou algum erro? Tem alguma sugestão ou crítica? Por favor, deixe um comentário! Assim que eu tiver tempo (o que deve ocorrer nos finais de semana) eu leio!

Abraço a todos!

sábado, 17 de outubro de 2015

5S (e minha organização)

Olá a todos. Tudo bem?

Fim de semana passado já não teve post, então aqui vai o post atrasado da semana passada. E o assunto será organização, pois era o que eu estava fazendo no último fim de semana. Vou utilizar esse assunto de organização para falar de algumas práticas muito úteis no ambiente de trabalho também, que são os 5S.

A desorganização parece ser uma tendência natural durante a execução de algum trabalho. Conforme o andamento da tarefa vão surgindo a necessidade de ferramentas e instrumentos de medição e nossa bancada fica abarrotada de itens. Após certo tempo nesse processo começamos a ter dificuldade de localizar ferramentas importantes e de nos movimentarmos no ambiente da bancada. Essa desorganização diminui nossa produtividade e reduz a qualidade de nosso trabalho final.

Para evitar isso as empresas do mundo todo adotaram algumas práticas desenvolvidas no Japão que são chamadas de 5S. Esse nome vem de 5 palavras em japonês que iniciam com a letra S e representam cada etapa dessa prática.

Seiri

Essa é a primeira palavra e representa a etapa comumente chamada de descarte. Essa etapa consiste na separação, em cada ambiente de trabalho, de tudo que é útil naquele lugar do que não é útil naquele lugar. Os itens que não são úteis naquele ambiente são colocados em uma área demarcada, chamada área de descarte. Perceba duas coisas importantes: o que não é útil em um lugar ainda assim podem ser útil em outro; a área de descarte não contém apenas material que será sucateado, mas sim material que está separado para uma análise posterior.

A grande sacada do descarte é evidenciar coisas em nossas mesas / bancadas que não são de uso diário. Em sua mesa há um computador, que você usa todos os dias, mas e o calendário de papel sobre sua mesa, é realmente útil? Você já não tem um calendário no computador? E o porta canetas, você usa diariamente? Com essas indagações você se dá conta da quantidade de material em seu ambiente de trabalho que não é utilizado todos os dias, mas que ocupa seu espaço o dia todo. E assim, você se pergunta: não há um lugar melhor para guardar isso?

Seiton

Essa é a segunda palavra e representa a etapa comumente chamada de organização. Nessa etapa cada um verifica e organiza seu espaço de trabalho baseado nos itens úteis (já que os inúteis foram removidos do ambiente de trabalho na etapa anterior). Nessa etapa também se avalia os itens da área de descarte, dando a eles o fim adequado. Resumidamente, os itens da área de descarte podem ser classificados de 3 formas:
* Importantes e de uso diário: Um item que não seja de uso diário em um ambiente de trabalho pode o ser em outro. Assim, deve-se realocar esse item para o outro setor / mesa / bancada.
* Importante e de uso esporádico: Alguns itens não são de uso diário em nenhum lugar da empresa, mas mesmo assim são importantes, pois esporadicamente serão necessários. Esses itens devem ser armazenados em algum lugar separado (como, por exemplo, um almoxarifado) e de forma identificada. A ideia de guardar em um lugar separado é que o item não ocupe espaço diariamente no ambiente de trabalho e a ideia da identificação é que o item seja achado quando seu uso for necessário (pois, se quando você precisar, não achar ele, não adianta nada ter).
* Não importantes: Esses itens deverão ser descartados de vez, observando o descarte ambientalmente correto.

Seiso

Essa terceira palavra representa a etapa comumente chamada de limpeza. Nessa etapa se estabelece novos padrões de limpeza para o ambiente de trabalho. Se antes estava tudo bem trabalhar com o chão sujo, por exemplo, agora esse padrão será refinado e não se aceitará mais isso. Se antes estava tudo bem em deixar a bancada desarrumada de um dia para o outro, agora pelo menos as ferramentas que não serão mais necessárias deverão ser guardadas.

Seiketsu

A quarta palavra representa a etapa comumente chamada de higiene. Essa etapa consiste no bem estar dos colaboradores e na sua imagem pessoal, além do ambiente. Itens que são abrangidos por essa etapa são:
* Verificar se a iluminação do ambiente é adequada ao trabalho;
* Promover um ambiente de trabalho confortável (na medida do possível) aos colaboradores;
* Realizar periodicamente exames de saúde;
* Promover ações para que as etapas anteriores sejam mantidas;
* Verificar se as instalações de uso comum (e.g. banheiros) estão em boas condições de uso;
* Criar padrões claros sobre higiene requerida dos colaboradores;

Shitsuke

Última palavra que representa a etapa comumente chamada de ordem mantida ou disciplina. Essa etapa, que não tem fim (ou seja, é contínua) consiste em não apenas manter as ações das etapas anteriores mas buscar a melhoria contínua. Criar o senso crítico para continuamente se questionar se é possível melhorar ainda mais o ambiente de trabalho. Essa etapa é fundamental pois após a aplicação das práticas a tendência é voltar à bagunça, pois ainda não foi criada a cultura do 5S na empresa / local de trabalho.

Dica para o 5S: É interessante bater fotos do antes e depois para mostrar aos colaboradores as melhorias alcançadas. Abaixo algumas fotos do antes e depois (embora o que eu tenha feito não seja 5S na essência). Algumas marcas foram preservadas.

Antes:



Depois:


Com certeza ainda há espaço para melhorias, que virão com o tempo.

Qualquer dúvida, comentário ou sugestão, deixem um comentário. Obrigado a todos, até a próxima!

domingo, 4 de outubro de 2015

Introdução a Comunicação SPI

Olá a todos. Estava em dúvida se postava sobre comunicação SPI ou sobre o experimento das bobinas de Helmholtz. Por fim escolhi SPI por ser um tópico mais ligado com eletrônica.

Hoje vamos abordar o que é a comunicação SPI em termos gerais, falarei um pouco da sua história, depois vou falar qual é a estrutura necessária para a comunicação SPI e por fim vou falar as vantagens e desvantagens da mesma.

O termo SPI é uma sigla inglesa que significa Interface Periférica Serial (do inglês, Serial Peripheral Interface). Como o próprio nome indica, sua finalidade é interligar periféricos a um dispositivo mestre utilizando comunicação serial. Um exemplo é o Play Station 2, que se comunica por SPI com seus controles.

O protocolo de comunicação foi desenvolvido pela Motorola e com o tempo se tornou um padrão até para outros fabricantes. Ele ganhou esse espaço pela sua simplicidade, já que são necessários apenas 3 fios + 1 para cada dispositivo interligado. Representando em uma equação, a quantidade de fios necessárias para se comunicar com N dispositivos é: 3 + N.

Mas qual a função desses fios? O protocolo SPI admite que existe apenas um dispositivo que é o mestre, e que o restante dos periféricos são escravos, ou seja, são dispositivos que só enviam dados quando solicitados pelo dispositivo mestre. Assim sendo, um dos fios é denominado MOSI. A sigla MOSI significa Saída do Mestre e Entrada do Escravo (em inglês, Master Output, Slave Input).Como o próprio nome diz, a função dessa ligação é trafegar os dados que saíram do mestre e que devem chegar aos escravos.

Outra conexão é denominada de MISO, e é oposta ao MOSI. MISO significa Entrada do Mestre e Saída do Escravo (em inglês, Master Input Slave Output). A função dessa ligação é trafegar os dados que saíram do escravo e devem entrar no mestre.

O terceiro fio que existe independente do número de escravos é o CLK (Clock). O Clock é um sinal que temporiza a comunicação e é controlado pelo dispositivo mestre. Esse sinal é responsável por fazer que mestre e escravo se comuniquem de forma sincronizada.

Abaixo uma figura que exemplifica a interligação desse barramento de comunicação:


Perceba que todos os MOSI e MISO dos escravos estão ligados no mesmo mestre. Assim, quando o mestre fala todos os escravos escutam, mesmo que o comando tenha sido direcionado a um escravo específico. Como evitar que todos os escravos respondam ao mesmo tempo gerando conflitos no barramento?

Para isso utiliza-se o pino SS, que significa Seleção de Escravo (do inglês, Slave Select). Esse é um pino que controla com qual dispositivo escravo o mestre quer se comunicar. Cada escravo tem a sua entrada SS e só irá responder aos comandos se o nível lógico dessa entrada for 0 no momento da comunicação. Os MISO dos escravos que não foram selecionados via SS ficam em alta impedância, impedindo que a tensão que o escravo selecionado coloque em sua saída não danifique a saída dos outros escravos.

Quanto ao Clock há quatro configurações possíveis, já que existem duas configurações de polaridade (CPOL) e duas configurações de fase (CPHA).

A polaridade determina em que nível lógico o Clock fica quando ocioso. A configuração CPOL = 1 informa que o Clock, quando não utilizado, fica em nível lógico 1. Em contrapartida, a configuração CPOL = 0 determina um nível lógico 0 para o Clock quando ocioso.

A fase do Clock (CPHA) determina em que momento de Clock será feita de fato a leitura do dado.  Se CPHA = 1 a leitura é feita na borda de subida do Clock. Se CPHA = 0 a leitura é feita na borda descida do Clock.

Essas configurações por vezes são descritas como Modo do SPI. Cada Modo, que vai de 0 a 3, corresponde a uma configuração possível de CPOL e CPHA. Os Modos estão descritos na figura abaixo:


Particularmente, se eu posso escolher, eu não opto pelos Modos 0 e 2. Não gosto do fato do dado ser lido logo na primeira transição do Clock, quando o mesmo está a sair do estado ocioso. Claro que se o pino SS for habilitado com antecedência, o escravo pode já estar preparado para essa primeira transição, mas, como disse, é apenas preferência.

A comunicação SPI é dita full-duplex. Isso significa que ao mesmo tempo que o mestre envia 1 bit ele já recebe 1 bit do escravo, pois a implementação de um SPI é baseada em um registrador de deslocamento. Mas se é assim, como poderia o escravo responder uma pergunta do mestre se enquanto um pergunta o outro já deve responder? Simples. Na primeira vez o mestre manda a pergunta enquanto o escravo responde 0, por exemplo. Depois o mestre manda 0 (pois já fez a pergunta) enquanto e escravo responde a pergunta feita anteriormente.

Outras características da comunicação SPI é o tamanho da palavra e o primeiro bit transmitido. O tamanho da palavra em geral é 8 bits, ou seja, toda vez que o mestre inicia uma transmissão ele envia pelo menos 8 bits. Valores comuns são 8 bits e 16 bits. Quanto ao primeiro bit transmitido, a configuração pode ser LSB ou MSB. LSB significa que o bit menos significativo do byte (ou da palavra) é transmitido primeiro, enquanto MSB significa que o bit mais significativo é enviado primeiro.

As vantagens do SPI são:
* Simplicidade: Poucos fios/traços são necessários, e a comunicação em si é simples;
* Drivers push-pull: Os dispositivos utilizam drivers push-pull em oposição a coletores abertos. Isso significa uma melhor estabilidade de sinal e torna desnecessário resistores de pull-up/down na maioria das aplicações;
* Altas velocidades em potencial: O protocolo não estabelece limite de velocidade. Assim é possível projetar SPIs de alta velocidade, embora em geral a mesma se limite a alguns MHz.

As desvantagens do SPI são:
* Pinos requeridos: Mesmo sendo simples, ainda requer mais pinos/traços que alguns outros protocolos de comunicação, tal como o I2C;
* Quantidade de mestres: O SPI suporta apenas 1 mestre, em oposição a alguns protocolos multi-mestre (e.g. I2C);
* Protocolo de checagem de erro: Nenhum protocolo de checagem de erro está definido, embora possa ser implementado por conta pelo usuário;
* Distância: Em geral essa comunicação não suporta altas distâncias, como protocolos RS-485 ou CAN-bus.

Esse é o post de hoje. Achei que não ia sair, mas apurei para postar hoje. Abraço a todos. Até mais que agora vou almoçar.

Referências:

SPI vs. I2C, Disponível em: <www.ee-techs.com/circuit/spi.doc>. Acessado em: 04/10/15.

Serial Peripheral Interface (SPI).
Disponível em: <http://web.engr.oregonstate.edu/~traylor/ece473/lectures/spi.pdf>.
Acessado em: 04/10/15.

Serial Peripheral Interface Bus.
Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Serial_Peripheral_Interface_Bus>.
Acessado em: 04/10/15.

SPI Background.
Disponível em: <http://www.totalphase.com/support/articles/200349236-SPI-Background>.
Acessado em: 04/10/15.

Interfacing a PS2 Controller.
Disponível em:  <http://store.curiousinventor.com/guides/PS2/>.
Acessado em: 04/10/15.