Finalmente concluí o projeto do amplificador que tinha comentado
algumas posts atrás. Foram nada menos que cinco tentativas até que a
placa final estivesse pronta e funcionando. Durante essas cinco
tentativas eu errei bastante. Imagine um erro passível de ser cometido:
eu cometi! Acredito ter cometido até os que eram impossíveis de serem
cometidos... Mas enfim, pronto!!! E neste post gostaria de comentar
minhas experiências, meus erros, meus acertos e, claro, postar uma foto
da minha querida placa.
O projeto era simples: um
amplificador. Eletricamente falando não era complicado. Logo desconfiei
que o desafio seria construir a placa e, para a minha surpresa, eu
estava certo. E esse seria o meu único acerto durante um longo tempo
nesse projeto. Já os erros...
Erro N° 1: Quando você
fizer o desenho do layout da placa em um computador (ou até mesmo a mão)
lembre-se que aquilo será construído na prática. Muitas vezes trilhas
muito próximas ou ilhas muito pequenas ficam bonitas no desenho do
projeto, mas inviabilizam a construção prática da mesma. Trilhas muito
próximas são ideais para você errar e acabar ligando trilhas que não
deveriam se tocar. Ilhas muito pequenas não permitem que você faça uma
solda boa, fixando firmemente o componente na placa.
Erro
N° 2: Para fazer a transferência do desenho do layout da folha para a
placa eu usei uma técnica bastante simples. Eu imprimi (em papel couchê,
pois isso facilita bastante posteriormente) o desenho das trilhas com
uma impressora a laser (isso porque é necessário o toner). Depois
coloquei o desenho do layout em contato com a placa e passei o ferro (é,
o de passar roupa mesmo) em cima. O calor faz com que o toner seja
transferido do papel para a placa. Porém lembre-se que, após passar o
ferro, você não pode esperar o papel esfriar para tirá-lo da placa. Se
você fizer isso você terá o toner grudado no papel e também na placa.
Assim, quando você tentar tirar o papel da placa, ele irá grudar e
estragar sua placa.
Erro N° 3: Pense no que seu
circuito vai fazer. Se ele tiver conectores de saída (como saída de
áudio) ou entrada (como alimentação), coloque-os em lugares acessíveis.
Se você sabe que seu circuito vai esquentar, como é o caso de CI's
amplificadores e, em alguns casos, reguladores de tensão, planeje o
espaço necessário para os dissipadores de calor. Muitas vezes eles são
esquecidos pelo iniciante, pois não aparecem no esquema elétrico.
Erro
N° 4: Quando você for furar um dissipador de calor, que geralmente é de
alumínio, não adianta ligar a furadeira no máximo e meter muita força.
Para perfurar o alumínio o conta mais é o jeito. E o jeito é: baixa
rotação e pouca força. Com isso você obtém um furo melhor e uma
perfuração mais eficiente. Para obter baixa rotação, vá dando toques de
leve no "gatilho" da furadeira. Para prender o dissipador, se possível,
use uma morsa que o resultado é bastante satisfatório. Não se esqueça de
fazer uma punção (pequeno furo feito com prego e martelo para guiar a
broca) antes de começar a perfurar.
Erro N° 5: Planeje! Segundo o meu professor, o
planejamento equivale a uma economia posterior de 30% em tempo e
recursos, além de evitar algumas dores de cabeça. Um planejamento bem
feito permite que você execute um trabalho de forma eficiente. Além de
planejar, lembre de revisar. Quando for passar de uma etapa para outra
(como, por exemplo, do esquema para o layout), certifique-se que a etapa
anterior está certa. Isso evita que você ache no final do projeto algum
errinho bobo, como a falta de uma ligação no esquema da placa.
Bem,
dei alguns conselhos que espero que possam ser úteis para alguém. Foi
muito legal, no fim das contas, ouvir um AC/DC do celular do meu amigo
com o amplificador que eu projetei. Não diria felicidade, mas sim um
sentimento de profunda satisfação.
Por fim, descobri que a
elaboração e confecção de placas se assemelham muito mais a uma arte
que a uma ciência. Há a escolha do material a ser usado, a escolha das
técnicas e tudo isso envolve tanto conceitos objetivos, como economia de
recursos, de espaço e organização, quanto subjetivos, como a estética
da placa. Mas, a prática leva a perfeição, e embora esta primeira placa
tenha ficado bastante insatisfatória (de qualquer forma, seria realmente
uma surpresa eu ficar satisfeito com o resultado), eu aprendi muito
para fazer um trabalho melhor no futuro. E abaixo está a foto do
resultado final. Parece coisa do "Peludu" mas enfim... até a próxima.
Abraço e se cuidem!!!
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