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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Transistor BJT em AC: Análise de Amplificador (2) - Análise de Pequenos Sinais (sem análise em frequência)

   Olá a todos. Hoje vamos analisar o circuito do último post utilizando a aproximação de pequenos sinais. Como dito no título, não vamos utilizar análise em frequência, ou seja, vamos considerar que os capacitores são um curto-circuito para AC, independente da frequência. Posteriormente eu vou tratar desse aspecto, considerando as funções de transferência presentes nesse circuito.


Figura 1: Modelo AC de pequenos sinais

   A Figura 1 mostra o circuito em AC. Percebe-se que a tensão de entrada está aplicada diretamente na base do transistor. Percorrendo a malha que contém a fonte de alimentação e a base do transistor, chegamos na seguinte equação para a corrente da base:

vin+rπib+(β+1)ibRe=0
ib=vinrπ+(β+1)Re

   A tensão de saída, por outro lado, pode ser determinada pela corrente que passa pela associação de resistores de saída.

vout=βib(Rc//RL)

   Isolando a corrente de base em ambas as equações e igualando-as, achamos a expressão para o ganho do amplificador:

AV=voutvin=β(Rc//RL)rπ+(β+1)Re

   Note que o ganho negativo indica que a fase da tensão de saída é oposta a tensão de entrada. Aqui fazemos algumas análises para sentir o circuito. Perceba que, no denominador, o termo (β+1)Re tende a superar muito o termo rπ. Portanto, podemos (como aproximação) desprezá-lo. Além disso, para valores de β altos, podemos aproximar a razão entre β e (β+1) como sendo 1. Assim, após essas considerações, chegamos à forma aproximada e simplificada do ganho:

limβAV=(Rc//RL)Re

   Com isso, percebemos que a carga influencia no ganho.

   A impedância de entrada, vista da fonte, é:

Rin=R1//R2//(rπ+(β+1)Re)

   Aqui faremos mais análises para sentir. Veja que a impedância de entrada é o paralelo entre três valores de resistência, que são R1, R2 e (rπ+(β+1)Re). Lembre-se que, ao associar resistências em paralelo, a resistência equivalente é menor que o menor valor associado. Como o termo que contém Re costuma ser muito maior que os outros dois (por ser multiplicado por β+1), podemos aproximar a impedância de entrada como sendo:

(β+1)Re>>R1//R2Rin=R1//R2

   Ou seja, a impedância de entrada vista pela fonte depende, majoritariamente, dos resistores que escolhemos para fazer a polarização DC do circuito.

   A impedância de saída, vista da perspectiva da carga, é igual a Rc.

   Até agora, nós analisamos o circuito e deduzimos as equações para a impedância de entrada, a impedância de saída e para o ganho de tensão. Nós vamos separar nossas conclusões em 2 conjuntos. O primeiro conjunto, que vou chamar de 1ª aproximação, é um conjunto simplificado de equações. Elas tem a vantagem de nos oferecerem uma análise rápida do circuito, em detrimento da precisão.

Rin=R1//R2

Rout=Rc//RL

AV=voutvin=RoutRe

   O segundo conjunto de equações, que chamarei de 2ª aproximação, contém equações mais complexas, mas que representam com maior fidelidade o comportamento do circuito. As equações são:

Rin=R1//R2//(rπ+(β+1)Re)

Rout=Rc//RL

AV=voutvin=βRoutrπ+(β+1)Re

   E por hoje era isso. No próximo post vou mostrar uma 3ª aproximação, que inclui a influência das funções de transferência para analisarmos (pelo menos superficialmente) a resposta em frequência do circuito. Abraço e até a próxima.

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